quarta-feira, 28 de maio de 2008

Bill Gates: Mocinho ou Bandido?


Há pessoas que pensam que Bill Gates é o inventor do computador. Outros pensam que ele é o “dono” da Internet. Na verdade, ele não é nenhuma dessas duas coisas, mas é o criador da idéia de que o software é um produto e que se você quiser usa-lo, vai ter que pagar por isso.

Para quem vive de vender software, Gates é um herói, pois o “mercado” de software para microcomputadores só passou a existir como coisa séria depois de seu empenho em coibir a pirataria. Este empenho pode ser constatado em um documento que ele escreveu em 1976, denominado: “Open Letter to Hobbyists” (Carta Aberta aos Hobbistas). Neste documento Gates critica o hábito dos usuários de microcomputadores de “trocar” programas entre si, sem efetuar pagamento algum aos seus legítimos autores.

Para todos os usuários de microcomputadores, Gates é um vilão, pois por causa dele, todos têm que pagar para usar algo que, até meados dos anos 70, era considerado um acessório, fornecido gratuitamente quando se adquiria um hardware.


Até a década de 70 havia apenas uma dezena de fabricantes de computadores e aquelas máquinas imensas e caríssimas tinham aplicações muito específicas. Quando o computador estava sendo fabricado, seu fornecedor já sabia para que ele seria usado e qual software ele executaria.

O cenário mudou radicalmente com a criação dos microcomputadores, pois são equipamentos de propósito geral. Seus fabricantes não fazem a mínima idéia de como serão usados e quais softwares seus usuários vão instalar. Nesta mesma época as linguagens de programação foram se tornando mais acessíveis e mais pessoas desenvolveram a capacidade de criar programas de computadores.

Surgia então uma grande comunidade de pessoas que criavam programas e os distribuíam entre os colegas apenas pelo prazer de ver seu software sendo usado pelos outros. Nos anos 80 surgiram os primeiros BBS (precursores da Web) que permitiram o intercâmbio de software a distância e os CD-ROM, que constituem em uma mídia barata e de grande capacidade.

O fato de o software ter se tornado um produto pode ser visto como ruim para todos os usuários, porém, se não houvesse compensação financeira, será que teríamos hoje toda essa variedade de software à nossa disposição? Bem, neste filme de faroeste quem vai decidir se Gates é mocinho ou bandido é você. Eu ainda estou indeciso sobre este assunto, mas uma certeza eu tenho: é ele que sempre fica com o caixa da bilheteria no final da sessão.

Para ler o manifesto de Gates aos hobbistas:
http://www.helionet.varginha.com.br/carta_bill_gates.htm

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