domingo, 21 de setembro de 2008

A Próxima Internet?


Muitas pessoas se assustam quando ouvem falar em Internet2. Principalmente aquelas que não tiveram tempo de digerir nem a primeira. Mas ela é realidade. Está aí, nas Universidades e Institutos de Pesquisa e está fazendo o mesmo caminho que a Internet tradicional fez até chegar aos micros de 50 milhões de brasileiros.

A tecnologia atualmente empregada na transmissão de dados via Internet não prima pela eficiência. Ela é baseada em best effort (melhor esforço), para que os dados que você envie de seu computador cheguem a outro e vice-versa. Acontece que o "melhor esforço" não é suficiente quando você utiliza a rede para transmissão de mídias mais sofisticadas do que caracteres e texto. Há ainda diversos “gargalos” que provocam congestionamentos nas antigas linhas telefônicas, que são compartilhadas com o uso da Internet.

A Internet2 é uma iniciativa norte-americana, voltada para o desenvolvimento de tecnologias e aplicações avançadas de redes Internet para a comunidade acadêmica e de pesquisa. A iniciativa envolve 150 universidades norte-americanas, além de agências do governo e indústria e visa o desenvolvimento de novas aplicações como tele-medicina, bibliotecas digitais, laboratórios virtuais, dentre outras que não são viáveis com a tecnologia da Internet atual.

O Brasil, através do MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia e da RNP – Rede Nacional de Pesquisa, vem acompanhando de perto os desenvolvimentos da Internet2. A participação formal do Brasil e de suas instituições de ensino superior e centros de pesquisa foi também incluída no acordo de cooperação em tecnologias para a educação, assinado em outubro de 1997, por ocasião da visita do presidente Clinton ao Brasil. Deste modo, o Brasil vai se preparando para integrar-se ao projeto Internet2, na medida em que apresente todas as condições técnicas necessárias para a sua participação.

Em muitas capitais brasileiras estão funcionando as ReMAVs – Redes Metropolitanas de Alta Velocidade – que interligam as principais Universidades e centros de pesquisa daquelas cidades a altas velocidades de comunicação, através de fibras óticas. Algumas ReMAVs já realizaram testes de grande expressão como uma cirurgia realizada a distância em São Paulo.

A tendência é que, no futuro, a Internet e a Internet2 se intercomuniquem, mas ainda não há data prevista. Por enquanto estão sendo feitos testes e pesquisas sobre como otimizar sua infraestrutura e quais aplicações vão se beneficiar mais da nova rede.

Eu, por exemplo, pesquiso as aplicações de Educação a Distância sobre esta nova plataforma. A pergunta a ser respondida é: como a educação, principalmente a educação a distância, pode se beneficiar dos recursos que estarão amplamente disponíveis dentro de poucos anos?

Algumas vantagens são bem óbvias: multimídia em tempo real, aplicações de realidade virtual, conectando pessoas distantes geograficamente e permitindo a tele-presença; ou seja, você estar lá sem realmente estar. Outra vantagem é a realização de videoconferências a um custo baixíssimo e com qualidade impecável.

Em dezembro de 2000 defendi minha dissertação de Mestrado no curso de Engenharia de Produção – Ênfase em Mídia e Conhecimento – pela Universidade Federal de Santa Catarina, versando sobre este tema e como eu, há milhares de pesquisadores ansiosos para que a Internet2 chegue logo aos lares, empresas e escolas brasileiras, expandindo suas fronteiras e dando-lhes oportunidades cada vez maiores de comunicação, interação e integração com o rico universo de informações que as novas tecnologias nos permitem.

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